sábado, 29 de janeiro de 2011

Quilombo dos Palmares



Introdução
Os portugueses chegaram ao continente africano em 1483. Conta-se que receberam prisioneiros de guerra como pagamento pelas mercadorias vendidas aos africanos.
Esses homens teriam seguido como escravos para Lisboa onde forma realizar trabalhos domésticos. Portugal, a partir daí, não encontrou obstáculos em organizar expedições para capturar homens livres na África e torná-los escravos, muitas vezes contando com a ajuda dos próprios conterrâneos.
Os negros africanos, em meados do século XVI, foram trazidos para os novos domínios de Portugal. Entre nós, eles ficaram na condição de escravos por mais de 300 anos.
Os bantos vieram para o centro-sul e os sudaneses, de acordo com alguns historiadores, ficaram em maior número na Bahia.
Calcula-se que pelo menos três milhões e meio de pessoas tenham sido trazidas da África para serem explorados como escravos no Brasil. Mais de seis milhões, com os nascidos aqui, foram submetidos ao trabalho escravo.

Quilombo de Palmares
No começo Palmares era habitado por poucos quilombolas. A guerra do açúcar contra s holandeses cega os colonos. A vigilância diminui. Centenas de escravos fogem do tronco, da chibata e das senzalas. Vão para um lugar de muitas palmeiras: Palmares.
São dezenas de mocambos, cada um com o seu chefe. Centenas de homens, mulheres e crianças emprestando seu suor a vida, num ziguezague ritmado e alegre, com um só objetivo: viver em liberdade.
Palmares ficava numa zona um tanto afastada do litoral, com terra fértil onde predominavam palmeiras e era cercada por alta cerca de pau-a-pique. Os negros viviam das culturas do milho, mandioca, feijão e bananeiras. Possuindo apenas três entradas, cada uma guarnecida por 200 guerreiros. Nestes quilombos existiam armas e munições com as quais foi organizada a república dos Palmares, abrigando, por quase um século, o anseio de liberdade dos negros, sob o comando do rei Ganga-Zumba, o deus da guerra. Com sua morte, o seu substituto foiZumbi, rei dos Palmares.
Símbolo de luta e resistência à escravidão, Zumbi foi um herói negro. Nasceu no Quilombo, em 1655. Ainda jovem, foi capturado por soldados e doado ao Pe. Antônio Melo, que o batizou com o nome de Francisco e lhe ensinou português e latim. Em 1670, fugiu da paróquia e retornou ao Quilombo, onde se tornou líder organizando a resistência aos ataques militares.
Possuidor de grande poder espiritual, resistiu a várias expedições militares. Zumbi queria liberdade para todo. Em palmares a maioria apoiava Zumbi. O rei de Portugal se curva ao rei de Palmares. Escreve uma carta elogiando Zumbi e propondo a ele um acordo. Só uma idéia anima o líder negro: lutar até o fim.

Domingos Jorge Velho, bandeirante conhecido por sua crueldades, e por isso apelidado de “Diabo Velho”, tinha outra idéia: reduzir a cinzas os mocambos de Palmares. Em troca queria um quinto do valor dos negros aprisionados, terras e ainda o perdão por seus crimes.
A recompensa em dinheiro e bens inflamava os mercenários. A liberdade animava os palmarianos.
Depois de inúmeros ataques, o “Diabo Velho” com seus nove mil homens bombardearam a cerca do mocambo defendido por zumbi. Usavam poderosos canhões.
Zumbi foi morto no dia 20 de novembro, data em que hoje se comemora o “Dia Nacional da Consciência Negra“. Existe um fato que até hoje deixa dúvidas: a História afirma que na batalha final, quando o chefe dos quilombos, Zumbi, se viu dominado, atirou-se de um despenhadeiro. Alguns historiadores atestam que o mesmo foi preso e morto pelos bandeirantes chefiados por Domingos Jorge Velho.
O crescimento do lugar provocou seu desmembramento no município de Atalaia, a 13 de outubro de 1831, através do decreto do Governo Geral. Em seguida, foi criada a Vila Nova Imperatriz elevada à categoria de cidade pela lei 1.113, de 20 de agosto de 1889. A denominação “união” surgiu através do decreto 46, de 25 de setembro de 1890, e teve origem no fato da cidade ser o elo entre as estradas de ferro de Alagoas e Pernambuco. Em 1944, ocorreu a mudança definitiva para “União dos Palmares”, homenagem ao quilombo. Todos os anos, entre os dias 25 de janeiro e 2 de fevereiro, a cidade realiza a festa da padroeira Santa Maria Madalena; em novembro o Dia da Consciência Negra, com apresentações folclóricas como bandas afros,
emboadores, guerreiro matuto.

Conclusão
Zumbi, mais do que uma história, é o grande herói de uma raça que, mesmo sob o jugo violento da chibata, nunca deixou de sonhar e lutar pela liberdade.
Mais de três séculos depois, quando o Brasil é o segundo país do mundo em número de negros, Zumbi continua sendo símbolo de luta e denúncia da discriminação racial, na busca de uma sociedade mais justa, fraterna e sem preconceitos.
Para os negros, Zumbi ainda vive, pois deus não morre. Sua luta, sua determinação os inspira, os enche do orgulho.
Zumbi é, sem dúvida, o maior símbolo da liberdade, da força, os negros tentando vencer para conscientizar o mundo de que também são capazes de revolucionar, de mudar esse mundo racista que quer nos excluir.
A vida de rua, que também é bastante parecida com a história de Zumbi, pois a maioria dos meninos e meninas de rua fugiram de casa porque os pais os prendiam dentro de casa, bebiam, os espancavam e os exploravam.
Quando o menino sai de casa para ir para a rua em procura da liberdade, também tem um esconderijo para se esconder dos pais e da polícia. E muitas vezes existem meninos que preferem morrer na rua do que morrer presos pelos pais.
Isso serve para nos lembrar que ainda existem pessoas neste mundo que ainda lutam pela liberdade.
Zumbi não está como símbolo de um guerreiro só para os negros. Eu sou branco e não sou racista, e apesar de não saber muito sobre a vida de Zumbi, na minha mente ele sempre existirá como Rei da Liberdade Negra.

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